sábado, 30 de maio de 2009

La Fura dels Baus - Boris Godunov



"No quiero que se derrame sangre verdadera junto a los muros de la mentira."

Federico García Lorca





Acabo de chegar de uma experiência incrível: Boris Godunov, uma das mais recentes peças da fantástica companhia de teatro catalã "La Fura dels Baus". O espectáculo tem como ponto de partida uma recriação do sequestro terrorista do teatro Dubrovka em Moscovo no ano de 2002. O teatro, até então espaço de ficção, havia-se convertido no lugar da tragédia e da degradação humana, no qual os espectadores se tornaram actores involuntários.
A mensagem subliminar, conceitos universais inerentes ao ser humano em qualquer tempo: a luta pelo poder, a violência como meio de impor ideias e a corrupção das estruturas políticas que acabam por castigar inocentes, está presente durante a cerca de duas horas de espectáculo. A suposta peça que teria sido apresentada aquando este sequestro é um clássico russo de Alexander Pushin, que desde o século XIX, nos fala de uma realidade semelhante à dos nossos dias.*

"Creemos que la mejor forma de combatir nuestros miedos es enfrentarse a ellos. Así, nuestro Boris Gudonov pretende acercar al espectador, desde el terreno de las emociones a un tema que nos preocupa a todos: el terrorismo."

Àlex Ollé e David Plana


Isto sim é teatro contemporâneo na verdadeira ascensão deste adjectivo, uma lufada de ar fresco no nosso meio cultural referente a artes performativas cada vez mais reservado, elitista e conservador. Fiquem com esta pequena apresentação e visitem o interessante site.



A próxima oportunidade de os ver é já hoje em Santa Maria da Feira, a propósito do Imaginarius - Festival Internacional de Teatro de Rua com uma outra produção intitulada: "Imperium". Mais informações aqui e outro video-preview para abrir o apetite. Pena o dinheiro não dar para tudo...






(*Texto apoiado no folheto informativo do espectáculo).

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Gifts From Enola - From Fathoms

Aí esta um dos albúns que mais aguardava para este ano. "From Fathoms" é o novo trabalho deste colectivo norte-americano e embora tenha data marcada para 9 de Junho já roda por aqui.

Depois do enorme sucesso que "Loyal Eyes Betrayed the Mind", o primeiro lançamento da banda, teve em 2006, "From Fathoms" entra para o top3 da "The Silent Ballet" com a pontuação de 8.5/10. Mas a questão que se coloca inevitavelmente é se o novo álbum supera o anterior. Ainda só ouvi o álbum algumas vezes, mas posso afirmar que é sem dúvida um excelente álbum de post-rock. Dizer se é melhor ou pior que o registo anterior é tarefa complicada visto que "Loyal Eyes Betrayed The Mind" se encontra no meu top dos melhores discos de post-rock de sempre. Tenho de tirar umas horas para comparar os dois registos ;)

"The album opens with in a way that’s become so commonplace it must be loved, a gentle guitar strum softly ushers in a quick porcelain guitar lead before exploding into orchestrated madness. “Benthos” is the perfect choice among the album’s eight songs for an opener; it foreshadows the new tightness and courage the band has reigned in, as well as succinctly summarizing most of the elements of the music that can be expected by new listeners. What follows is a five minute lecture from the band on exactly why you should have a new found respect for what they’ve been working on. No matter what your current activity, ears will perk at the opening minute of second track “Weightless Frame”: no instrumental fan would deny its beauty. Skipping a note by note description, the song instantly combines the best parts of God is an Astronaut with 65daysofstatic, but with a twist: halfway the song smoothly hits the breaks and devolves into a calm and sparkling folk mood reminiscent of something off Doves' Lost Souls."

Brendan Kraft - The Silent Ballet

Ouçam lá os dois álbuns e depois partilhem as vossas opiniões.

Gifts From Enola - From Fathoms (2009)

1. Benthos  
2. Weightless Frame  
3. Weightless Thought  
4. Trieste  
5. Resurface  
6. Melted Wings  
7. Thawed Horizon  
8. Aves

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Sugestão para hoje

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Sólstafir


E continuando a falar da Islândia é inevitável referir o nome Sólstafir, colectivo que alguns categorizam como um misto de prog-viking-black metal (mais um híbrido, portanto, mas este sem as modinhas do prefixo “post”) capaz de captar a atenção e simpatia de ouvintes menos dados a estes ruídos.

O que estes senhores na verdade nos presenteiam é música de uma grandeza surpreendente feita por quem já cá anda a algum tempo (desde 1994) e, com certeza, encontrou inspiração em clássicos exemplos que prevalecem no tempo. Força intrínseca, eis o que impera nestas composições. E isso denota-se imediatamente na sua primeira audição, pois aqui nada há mais do que os riffs épicos da escola antiga e a secção rítmica de arrancar cabeleiras à biqueirada. Embora pelo meio aconteçam desvios a um lado mais folk, criando ambientes, passagens, relaxamentos antes da fúria, a voz rasgada mas não grunhida (por momentos mesmo, algo reminiscente a Allan Nemtheanga) mantém a coesão dos temas, acrescentando-lhes o dramatismo necessário, num aparente cantar com angústia entalada na garganta.

Apoteótico e decadente ao mesmo tempo, como se fora um fruto apodrecido a cujo paladar se ganha agrado.


“(…) you can hear it through the music how bad these guys feel. Those are not happy men playing that music! No this is not happiness!”

Elvar - Guitar player of Ask The Slave



"Köld"(2009)



1 78 Days in the Desert
2 Köld
3 Pale Rider
4 She Destroys Again
5 Necrologue
6 World Void of Souls
7 Love Is the Devil (And I Am in Love)
8 Goddess of the Ages

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"Masterpiece Of Bitterness"(2005)



1 I Myself the Visionary Head
2 Nature Strutter
3 Bloodsoaked Velvet
4 Ljósfari
5 Ghosts of Light
6 Ritual of Fire
7 Náttfari

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terça-feira, 26 de maio de 2009



Islândia. É desse remoto lugar que nos chegam as paisagens sonoras deste colectivo de jovens músicos que com o seu álbum de estreia atingem um patamar que muitos outros apenas com experiência e suor alcançam mais tarde.

“As We Sleep” é um sonho melancólico em forma de música, conduzido pela força de um rock atmosférico autêntico, um vórtice de introspecção desde os primeiros acordes que nos faz embarcar em viagens sónicas. As guitarras, bem como pontualmente a própria voz, aproximam-se, literalmente, a uns Deftones depressivos ocupados com arranjos épicos e riffs musculados mas sempre melódicos que sirvam de escape temporário à tensão latente de todas as composições. E tudo isto é genuinamente belo, de uma dimensão apoteótica tendo em conta a sua produção caseira e o esforço de uma edição de autor.

Uma das maiores revelações do ano transacto que pela sua qualidade merece um maior reconhecimento.

“Referencing the otherworldly ambient atmospherics of Sigur Rós and Deftones’ driving, muscular riffs, the quartet’s epic widescreen soundscapes and frontman Maggi’s keening vocals are by turns beautiful and harrowing. An audacious debut.”

in "Q Magazinne" 4/5





"As We Sleep"(2008)



1 Gizmo
2 Bathwater
3 Sub Rosa
4 Deir Yassin
5 Theory Of Progress
6 The Color

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domingo, 24 de maio de 2009

Ontem foi assim!



God Is An Astronaut - The Allstar Project @ Passos Manuel, Porto - 23 de Maio de 2009


Na passada noite de 23 de Maio, o Passos Manuel no Porto voltou a esgotar para mais um concerto brilhante e uma noite memorável. Os nacionais The Allstar Project e os irlandeses God Is an Astronaut mostraram as potencialidades do post-rock e levaram os presentes através de uma viagem única e incrível da qual todos preferiam não ter regressado.

Por volta das 22:45 os The Allstar Project subiram ao palco do Passos Manuel e presentearam a plateia, já ela cheia, com post-rock de boa qualidade, ou não fossem eles uma das bandas mais significativas do género em território nacional. Agressivos em palco, tocaram temas do seu último trabalho ,"You Reward...a Bullet", tais como "Polaris" e "Lasers Go Through Monkeys", mas a setlist centrou-se mais no próximo álbum que se avizinha, e pelo que este colectivo, oriundo de Leiria, nos mostrou é preciso continuar a segui-los bem de perto. Todo o concerto foi ainda acompanhado de projecções multimédia que serviram para embelezar, ainda mais, um grande concerto. Tudo isto devido á qualidade de todos os membros da banda. Merecidamente aplaudidos os The Allstar Project despediram-se para dar lugar ao grande momento da noite, pelo qual tanto se aguardava.

Durante o intervalo, a expectativa e ansieadade fazia-se denotar pelo burburinho. Cerca de 180 pessoas estavam ali á espera que a viagem começasse. 180 pessoas que presenciaram algo de extraordinário e que vai ficar para sempre nas suas memórias.

Por cerca das 23:45 as portas do nave foram fechadas, não havia escapatória, mas também ninguém queria sair, muitos seriam aqueles que gostavam era de poder ter embarcado. Os God Is an Astronaut sobem ao palco, os aplausos e a euforia são mais que notórios. Eis que começa a contagem decrescente para a descolagem. O trio irlandês está em palco pronto para assumir os comandos. O ecrã mostra a capa do último álbum. Dá-se a descolagem e eis que surge da guitarra de Torsten, do baixo de Niels e da bateria de Lloyd Shadows, o primeiro tema do mais recente álbum. Basta a primeira nota soar para um aflorar de sentimentos e emoções percorrer o nosso corpo e alma de cima a baixo. As projecções já habituais dos espetáculos destes senhores combinam na perfeição com as melodias e com as fases de puro êxtase tão características do post-rock. Toda a plateia é levada para outro mundo, para outra realidade. A quietude e a tranquilidade das partes melódicas não são mais do que mensageiras da tempestade que se avizinha. Tempestade que chega com as distorções, com os riffs arrancados e com a agressividade em palco. Não se consegue conter o headbanging. Em breve a tempestade desvanece dando novamente oportunidade as melodias de se afirmarem. Fecha-se os olhos, sorri-se de satisfação.
Apenas 4 músicas do novo álbum homónimo constam da setlist. Echoes, Zodiac e Snowfall juntam-se á já referida Shadows. Numa setlist que abrangeu todos os álbuns da banda não faltaram obras primas como All Is Violent, All Is Bright, Tempus Horizon, Fragile, Radau, A Moment Of Stillness, Far From Refuge, The End of the Beginning entre muitas outras, um total de 17 músicas com dois encores. O público bem familiarizado com a banda e com as suas músicas reconhece cada tema e basta a primeira nota soar para desencadear mais aplausos. Os músicos agradecem, dizem que é bom estar de volta ao Porto. São merecidamente aplaudidos. Deixam a promessa de quererem voltar para o ano, se possível ainda esta ano. Durante cerca de 1 hora e 20 minutos viveu-se e respirou-se God Is An Astronaut. 

Setlist:

Até á próxima. Cheers ;)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

PELICAN - Ephemeral


Após terem mudado de editora no início deste ano, abandonando a Hydra Head de Aaron Turner e assinado pela Southern Lord, os Pelican regressam com o EP "Ephemeral", um conjunto de 3 temas (2 novos e um cover de Earth com a participação do próprio Dylan Carson) áquilo que de melhor sabem fazer e sempre os caracterizou: um sludge/stoner rock com identidade vincada numa abordagem mais suja e poderosa, algo próximo de um anterior "Australasia". E se este for um pequeno aperitivo dum próximo trabalho de longa-duração, podemos esperar mais um registo fiel ao som que lhes conquistou fãs.


"Ephemeral"(2009)



1 Embedding the Moss
2 Ephemeral
3 Geometry of Murder (Earth cover)

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terça-feira, 19 de maio de 2009

DOOMRIDERS - Black Thunder


Hoje estou particularmente nostálgico. "Black Thunder" não é um álbum que possa dizer ser essencial. Contudo, no tempo que remonta às suas primeiras audições, o estrondo sonoro que este tipos provocaram nos meus ouvidos lembrou-me como a versatilidade de uma banda se pode tornar em algo de viciante. Numa altura em que, sinceramente, estava muito mais interessado em outros sons menos abrasivos, Doomriders conseguiu captar a minha atenção para a força do velhinho rock'n'roll bem temperado com doses de heavy metal e aquela pitada agressiva do punk-hardcore.
E este álbum continua ainda a crescer a cada audição mesmo passados estes anos devido exactamente a esse tudo abarcar, o que faz destes temas uma autêntica viagem temporal que nos leva a relembrar clássicos como Melvins, Black Sabbath, Motorhead, Thin Lizzy ou Danzing. Nada de inovador, diga-se. Mas não é isso que aqui se procura! Aqui transpira-se raiva destilada em riffs orelhudos, poderosos e arrastados, conduzidos por uma voz "à lá rock filho da puta"(lol!como se quer) e uma secção rítmica de fazer arrancar cabeças de tanto headbanbing.

Os Doomriders são oriundos de Boston, Massachusetts, sendo constituídos por Nate Newton (Converge e Old Man Gloom), Chris Pupecki, Jebb Riley e John-Robert Conners.

Uma boa escolha para estes dias quentes de verão que se avizinham. Caso não estejam ainda familiarizados com isto, aumentem o volume e façam-se à estrada com esta banda sonora. Tenham é cuidado com a moina! XD


"Black Thunder"(2005)



1 Black Thunder
2 The Long Walk
3 Ride or Die
4 Deathbox
5 Listen Up!!
6 Midnight Eye
7 Fuck This Shit
8 Worthless
9 The Chase
10 Voice of Fire
11 Drag Them Down
12 The Whipcrack
13 Sirens

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sexta-feira, 15 de maio de 2009

TWIN ZERO - The Tomb To Every Hope


"When a band's talent pool contains a founding member who composes 30-minute sonic soundscapes with two drummers and a similarly talented frontman, something large inevitably looms around the corner…'The Tomb To Every Hope' is another vast, imaginative venture that sees composer-in-chief Reuben Gotto avoid Twin Zero becoming simply longer and louder than everyone else. Karl Middleton unleashes his full vocal range, allowing him to inject further melody and subtlety into the mix and what allows them to stand out is their desire to create something fresh, new and different.”

In “ KERRANG!” (4/5)

Current line-up:

Karl Middleton - Vocals
Reuben Gotto - Guitar
Bing Garcia - Guitar
Dylan Griffiths - Bass Guitar
Dave Cheeseman - Keyboards
Paul Jackson - Drums
Ben Calvert - Drums

"The Tomb To Every Hope"(2006)



01 Fading Pulse
02 Home
03 Outstayed
04 Acceptance of the End
05 Light Our Way Back
06 The Tomb to Every Hope
07 Static Reigns I
08 Static Reigns II
09 Blood Red Sun
10 Retreat

terça-feira, 12 de maio de 2009

Rock Like an Animal Fest 09

Irá decorrer nos próximos dias 3 e 4 de Julho na Junta de Freguesia de Panoias em Braga, a primeira edição do Rock Like an Animal Fest 09. Este evento de beneficiência destina-se à angariação de fundos para a ABRA (Associação Bracarense Amigos dos Animais) e está a ser organizado em parceria com a promotora Rosavelho. As bandas confirmadas até ao momento são:

3 de Julho

FOR THE GLORY
CIVIC
HAVEN DENIED
DECAY
LOSS SPECTRA OF PURE

4 de Julho

HOLOCAUSTO CANIBAL
SHADOWSPHERE
DAEMOGORGON
COLDFEAR
INSANUS

Mais informações aqui brevemente e em www.myspace.com/rosavelho

domingo, 10 de maio de 2009

ZODIAK - Sermons


Já alguma vez sonharam como seria se os Isis se juntassem aos Tool para uma jam session? Pois bem, isto então é para vocês. Zodiak, fixem este nome porque não vão conseguir desgrudar deste álbum por muito tempo.

“Sermons” proporciona alguns dos melhores ambientes progressivos que já ouvi misturando-os com a grandiosidade sónica do sludge, numa espécie de possessão demoníaca, na qual se sente uma árida brisa de devastação pós-apocalíptica. De facto, há na audição destes temas qualquer coisa de cortante, indescritível, talvez pelos mesmos não se alongarem eternamente (como se torna cliché dentro género) mas antes serem uma espécie de rápidas sucessões de camadas de sons que se vão substituindo para dar lugar a outras melodias. E depois existe ainda aquela reminiscência floydiana, sempre presente, a conferir carácter e requinte a estas composições, a dançar entre o cataclismo expansivo das guitarras distorcidas. 

Música assim não se faz com músicos inexperientes. Zodiak junta num só nome membros da elite mais underground de Filadélfia (Balboa, Javelina) e para quem se encontra familiarizado é fácil perceber o contributo vocal de Mike Armine (Rosetta) logo no tema de abertura contrapondo o de Christian McKenna (Slacks) em registo limpo numa combinação soberba.

Magnífico, viciante, progressivo, hipnotizante, catártico, “Sermons” recomenda-se a ouvidos sedentos de beleza em forma etérea e aprecia-se melhor de olhos fechados. Apaguem as luzes e acendam o incenso. Onde quer que estejam vão começar a levitar.

"Sermons"(2008)



1 Excavate
2 Sermons
3 Etc.
4 Wouldn't Wait
5 Their God Reigns
6 Zeros and Ones
7 Outlined
8 Untitled

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GIFTS FROM ENOLA - Loyal Eyes Betrayed The Mind



Os Gift From Enola são uma banda de post-rock originária da Virgínia, Estados Unidos da América. Para quem anda por dentro deste género musical deverá bastar referir que “Loyal Eyes Betrayed The Mind” (primeiro lançamento da banda) foi disco do mês de Setembro, de 2006, no Silent Ballet, para a banda suscitar interesse.


Três anos se passaram desde o primeiro álbum da banda e o novo álbum já tem nome e data marcada. Chamar-se-á “From Fathoms” e sai a 9 de Junho pela The Mylene Sheath. Enquanto o novo álbum não sai (que é como quem diz, não aparece por aí :D) decidi trazer-vos o primeiro álbum da banda.


“Loyal Eyes Betrayed the Mind”, na minha opinião, foi um dos melhores discos de post-rock de 2006, mas neste cada vez mais sobrepovoado género musical é uma pena que obras-primas como esta passem despercebidas. Os Gift From Enola não são das bandas mais conhecidas dentro do post-rock, mas como tudo o que é underground sabe por vezes melhor, este álbum não desilude os fãs do género. Detentores de uma sonoridade muito própria, estes americanos conseguem fugir aquilo que já se faz ou foi criado. Oscilando entre melodias e distorções a sua música pode traduzir-se num aflorar de emoções como é próprio do género, mas saborear esse momento de uma maneira diferente é algo inacreditável e único.


 Ouçam lá isto e depois digam o que acharam ;)

"Loyal Eyes Betrayed The Mind" (2006)

1. Behind Curtains Closing
2. Early Morning Ambulance
3. City Lights Scraped The Sky
4. In The Company Of Others
5. With The Tides In Hindsight
6. Miles Of White
7. We Watched Them Lose Our Minds
8. Screaming At Anything That Moved
9. Memoranda

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sábado, 9 de maio de 2009

ANTIMATTER - Live@An Club


O mais recente registo oficial captado ao vivo de Antimatter incluí a participação de Daniel Cavanagh, aliciante suficiente para uma audição atenta. Um bom álbum pensado principalmente para os aficcionados  pelas composições e interpretações do senhor Moss.

Press Release:

''Perfectly capturing the mood of a modern day acoustic Antimatter concert,'Live@An Club' picks up where 2003's 'Live@K13' left off. In keeping with recent Antimatter album's shift from ethereal mood music to gruff acoustic rock, 'An Club' also makes a similar transition away from it's more sensitive sister album ''K13'' without losing an ounce of emotion.
Featuring performances of many of the audience-favoured covers from this period, including fellow Liverpool classics 'The Power Of Love' and John Lennon's 'Working Class Hero', as well as stand out Antimatter tracks including astripped-naked version of the harrowing breakthrough track 'Leaving Eden'.
Mick Moss's guttural, soulful vocals work best in a live setting, and returning is Anathema's Daniel Cavanagh.
'Live@An Club' is a must for fans seeking to recapture the mood of an Antimatter concert, and for lovers of timeless acoustic music.''

"Live@An Club"




1 Over Your Shoulder
2 Black Sun
3 In Stone
4 Working Class Hero
5 Leaving Eden
6 Hope
7 Saviour
8 Legions
9 The Power Of Love

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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Palavras para quê?



Anathema - Oblique Rain - Leafblade @ Teatro Sá da Bandeira, Porto - 6 de Maio de 2009


Mais uma excelente noite que se viveu no passado dia 6 de Maio, no Teatro Sá da Bandeira no Porto, com a presença dos britânicos Anathema e Leafblade, e ainda dos portugueses Oblique Rain. Um concerto com o selo “Prime Artists” e por isso, um concerto de qualidade como a promotora nos habituou ao longo destes anos.

Com a sala ainda despida foram os Leafblade a abrir as hostes um pouco antes das 21:00 horas. O projecto acústico de Sean Jude e Danny Cavanagh não é mau e é certamente uma banda para conhecer melhor. Os Leafblade fizeram o que se pedia a uma banda de abertura e deixaram boa impressão. Sendo estes senhores os primeiros a tocar tiveram a função de aquecer o ambiente mas este ainda se encontrava “morno”.

Por volta das 21:30 foi a vez dos Oblique Rain subirem ao palco. Este colectivo da “invicta” já tem seguidores suficientes e já deu provas da sua qualidade musical que é inegável. Perante uma plateia já composta descarregaram temas do álbum “Isohyet” e do álbum que se avizinha “October Dawn”. Os Oblique Rain conseguiram aquecer a plateia para o grande e esperado momento que se avizinhava. Destaque para o tema “Nothing´s Silence” talvez por ter sido o ponto alto da actuação destes portuenses. Uma banda que já tem os seus seguidores e que conseguiu surpreender pela positiva os amantes do metal progressivo. Bom concerto e merecidamente aplaudidos.

Já passava das 22:20 quando, com a sala bem composta, se começou a ouvir a voz do ” frontman” dos Anathema. Ainda no backstage Vincent Cavanagh começou por saudar a plateia dizendo que estava feliz por estar de volta a Espanha, algo que surpreendeu os presentes durante pouco tempo pois logo de seguida disse para não se preocuparem pois sabia exactamente onde estava. Afinal já lá vão alguns concertos por terras lusas. Deu-se então a entrada dos 5 elementos em palco. Bem-dispostos e animados abriram o concerto com “Deep”. Tanto Vincent como Danny têm a capacidade de conseguirem puxar pelo público de uma forma extraordinária e como é próprio do público nacional este não só correspondeu como deu tudo o que tinha para dar. Seguiram-se temas como “Closer”, “Pressure”, “Angels Walk Among Us”, “Inner Silence”, “A Simple Mistake”, “Panic, “Lost Control”, “ Flying”, “Are you There?”, “One Last Goodbye”, “Angelica”, “Fragile Dreams” entre outros grandes êxitos, faltando “A Natural Disaster”, "Pulled Under at 2000 Meters a Second” e “Dying Wish” para a setlist ter sido perfeita. Todos os temas mereciam uma review, pois todos eles tiveram momentos únicos que foram vividos com grande intensidade. A atmosfera criada pelo já mítico Teatro Sá da Bandeira (que maravilhou o Vincent, chegando este a pedir que acendessem as luzes da sala de modo poder apreciar a sua beleza) e a relação e empatia público/músicos foi avassaladora. Isto deveu-se ao facto de não existirem grades o que permitiu uma aproximação muito maior das primeiras filas com a banda. Mas o que importa sempre é a qualidade do som e quanto a isso não há criticas a apontar. O som estava bom. Todos os instrumentos estavam audíveis sem se abafarem uns aos outros nem se sobreporem aos vocais. Em suma foi um excelente concerto…um dos melhores que o Sá da Bandeira já recebeu.

Venham mais noites assim :D

quarta-feira, 6 de maio de 2009

BLINDEAD - Impulse


Se ainda existem bandas capazes de surpreender Blindead é certamente uma delas. O colectivo polaco formado em 1999 e liderado por Havoc, ex-guitarrista de Behemoth, regressa este ano aos registos, ainda que em formato de EP, com 3 temas absolutamente estonteantes, muito mais atmosféricos e experimentais no post-metal/sludge a que se dedicam.

“Impulse” ronda os 30 minutos e oferece-nos momentos de grandeza, isto porque as subtilezas que o compõem: a cadência doom, os vocais ora mais guturais ora mais gritados, as anotações mais noise/industrial ou a deliciosa voz feminina em "Distant Earths" demonstram uma banda que não se cinge a caminhos já trilhados.

Para os mais distraídos, Blindead já andou em tour com The Ocean, foi banda de suporte em dois concertos de Cult Of Luna mas também de Neurosis e A Storm Of Light, sendo que, actualmente, se preparam para uma tour europeia com Rosetta e City Of Ships.
Tudo isto para vos dizer apenas que este não é mais um nome dentro destas aventuras, pois certamente que este pequeno EP irá fazer frente a muitos outros registos do género este ano. Não percam isto por nada!



"Impulse"(EP-2009)




1-Impulse
2-Between
3-Distant Earths

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segunda-feira, 4 de maio de 2009

TOMBS - Winter Hours


Para quem percebe destas andanças chegava dizer que esta banda é a mais recente aquisição da Relapse Records.
Em “Winter Hours”, o que este trio nova-iorquino formado por Mike Hill, Justin Ennis e Carson Daniel James nos apresenta é uma perturbadora viagem musical pelos cantos mais recônditos de estilos como o black metal, o hardcore, o shoegaze, o sludge ou até mesmo o industrial. É neste caos aparente que Tombs ganha identidade e conquista o seu merecido espaço. Um nome a ter em conta no futuro das novas orientações sonoras mais extremas (quer se goste quer não se goste)!






"Winter Hours"(2009)



1 Gossamer
2 Golden Eyes
3 Beneath The Toxic Jungle
4 The Great Silence
5 Story Of A Room
6 The Divide
7 Merrimack
8 Filled With Secrets
9 Seven Stars The Angel Of Death
10 Old Dominion

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domingo, 3 de maio de 2009

ALTAR OF PLAGUES - White Tomb


O que este trio irlandês nos apresenta não anda longe das mais recentes tendências da “nova vaga de black metal” encabeçada por nomes como Wolves In The Throne Room ou Agalloch
“White Tomb” é o nome do seu primeiro registo de longa-duração que, nos seus quatro temas apenas, nos oferece momentos dicotómicos bem trabalhados e que oscilam entre propensões mais ambientais, de toada quer doom quer post-rock e alguns apontamentos de sludge. Se, por si só, isto basta para que o som não caia na habitual monotonia característica de bandas do género mais puristas, acrescentem-se as variações de registo vocal que se vai metamorfoseando de acordo com estas passagens e o interesse aumenta consideravelmente. 

“(...)bouts of furious, anguished black metal interspersed with epic, Isis-like work-outs in slow-burning tension(…)”

"White Tomb" is a thrilling work, and one of the most promising debuts since "Diadem of 12 stars"


In: Terrorizer magazine #182



"White Tomb"(2009)



1 Earth: As A Womb
2 Earth: As A Furnace
3 Through The Collapse: Watchers Restrained
4 Through The Collapse: Gentian Truth

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sábado, 2 de maio de 2009

Quantidade V.S. Qualidade


"O cartaz do Festival Ilha do Ermal terá " 45 bandas (15 por dia) no mínimo ", revelou a organização do evento."

in Blitz.

Consigo entender a necessidade das promotoras nacionais apostarem, não só, em grandes nomes mas também na sua quantidade por forma a conseguirem cartazes cada vez mais apelativos. No entanto, mais bandas por dia é sinónimo de menos tempo de actuação e o que se ganha em quantidade, perde-se em tempo de palco com bandas reduzidas a 45 minutos de actuação (em média). Penso que agora, mais do que nunca, a prestação de uma banda nunca dependeu tanto da intensidade do seu concerto. E se isso se cumprir, quem ganha é o público.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

E começou a ventania!



Hoje é a data de lançamento oficial do novo registo de Mean Eater intitulado "Vendaval" e começa também a sua tour de divulgação deste seu segundo trabalho. Mais informações e alguns novos temas no myspace da banda.

GIANT SQUID



“I defy you to tell me when you last heard a mariachi trumpet solo glide over a sludge riff(…)”

Fred Bevan, in “The Silent Ballet”


Falar do som criado por estes senhores e senhora é um mergulho bem fundo num oceano de interposições.

“Metridium Fields” trouxe-nos uma banda despida de limitações, experimental, inovadora mas ainda assim reminiscente a outros nomes, no qual o espanto deriva de tantas mudanças de direcção consecutivas, conduzidas de forma tão natural como se de um simples passeio por diferentes cenários se tratasse. “Ampullae of Lorenzini” ou “Revolution in the Water” são autênticos clímaxes musicais nos quais se denota grande capacidade compositora de estruturas complexas, dissecadas em minutos de pura música tão bem cadenciada que nos faz esquecer de onde viemos e ficar sem saber para onde vamos.
“The Ichthyologist” é conceptual e tematicamente profundo. Com laivos de uma dureza mais crua e vocalizações deliciosas pela sua variedade, conquista momentos de estranha beleza. Não é um álbum que pretenda ser fácil ou dar-se a conhecer à primeira audição. Mas o encantamento da descoberta da sua essência compensará o esforço de quem dedique tempo a estudá-lo.

Esqueçam categorizações porque vão-se perder a meio do percurso da vossa tentativa. Será talvez mais fácil dizer que algo que soa a tanto tudo junto, no fim, é mesmo só Giant Squid.



Giant Squid - "Metridium Fields"(2006)




1 Megaptera in the Delta
2 Neonate
3 Versus the Siren
4 Ampullae of Lorenzini
5 Summit
6 Eating Machine
7 Revolution in the Water
8 Metridium Field

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Giant Squid - "The Ichthyologist"(2009)



1 Panthalassa (Lampetra Tridentata)
2 La Brea Tar Pits (Pseudomonas Putida)
3 Sutterville (Vibrio Cholerae)
4 Dead Man Slough (Pacifastacus Leniusculus)
5 Throwing A Donner Party At Sea (Physeter Catodon)
6 Sevengill (Notorynchus Cepedianus)
7 Mormon Island (Alluvial Au)
8 Blue Linckia (Linckia Laevigata)
9 Emerald Bay (Prionace Glauca)
10 Rubicon Wall (Acipenser Transmontanus)

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