segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Palavras para quê?








Créditos: andicanseeyou 

Isis, Circle e Keelhaul - Teatro Sá da Bandeira - Review



Na passada noite de dia 29 de Novembro, o Teatro Sá da Bandeira, no Porto, voltou a ser palco de mais um espectáculo com o selo Prime Artists/Amplificasom. Desta vez, as duas promotoras uniram-se para trazer pela primeira vez a Portugal os norte-americanos Isis, considerados ao longo da última década um dos colectivos mais "vanguardistas, inventivos e influentes no universo da música pesada". A primeira parte ficou a cargo dos filandeses Circle e dos norte-americanos Keelhaul.

Com um atraso de cerca de uma 1 hora na abertura de portas por motivos alheios à organização e promotoras do evento foi por volta das 21:30 que os Keelhaul subiram ao palco para dar iníco a mais uma grande noite. Durante cerca de 30 minutos descarregaram o seu sludge e apresentaram-se agressivos e com uma boa presença em palco. 5 anos após a sua última tour vieram apresentar o seu novo registo intitulado "Triumphant Return To Obscurity". "Pass the Lampshade" e "Glorious Car Activities" foram alguns dos temas ouvidos e que arrancaram aplausos da plateia.

Os finlandeses Circle foram a segunda banda a subir ao palco e se por um lado os Keelhaul tinham feito um bom aquecimento para o grande concerto que se avizinhava, estes senhores fizeram precisamente o contrário. A começar pela apresentação bastante excêntrica do vocalista, passando pelas suas "danças" igualmente extravagantes, que arrancavam cada vez mais gargalhadas dos presentes, e terminando na sonoridade da banda totalmente deslocada do resto do cartaz, uma mistura de rock experimental com toques de punk á mistura, não foram capazes de agarrar plateia deixando muito a desejar. Deste modo, os Circle vieram quebrar o ambiente que os Keelhaul tinham iniciado e que seria perfeito para dar início ao concerto dos Isis. Seria essa a ideia dos Isis quando convidaram os Circle para abrir os seus concertos durante a tour?

Mas o ambiente rapidamente tomaria a maré inicial, pois pelas 23:15 eis o momento mais aguardado da noite. Os norte-americanos Isis subiram ao palco do Sá da Bandeira e estava tudo pronto para dar início a um grande espectáculo. "Hall of the Dead", primeira faixa do recente registo "Wavering Radiant", foi o primeiro tema a ser interpretado e basta a primeira nota soar para toda a tensão acumulada no nosso corpo ser libertada, sendo este seguidamente invadido de vibrações que o trespassam como se de uma explosão nuclear se tratasse. "Stone to Wake a Serpent" foi o tema que se seguiu e se após "Hall of the Dead" havia dúvidas acerca do resultado das músicas do "Wavering Radiant" ao vivo, essas dúvidas caíram por terra. Num regresso ao registo de 2006, "In The Absence of Truth", "Dulcinea" fez-se ecoar pelo recinto fazendo as delícias de uma plateia em total êxtase. Voltando ao registo presente "20 minutes / 40 years" e "Ghost Key" foram as músicas que se seguiram. Tratando-se de uma Tour de apresentação do mais recente registo "Wavering Radiant" é compreensível que apenas dois temas deste registo tenham ficado de fora. "Blacklit" e "Threshold of Transformation" fizeram-se ouvir antes de Aaron Turner agradecer á insaciável plateia e a banda abandonar o palco. Os Isis voltavam poucos minutos depois para o encore após fortes aplausos. "Carry" e "Altered Course" foram os temas que encerraram uma grandiosa actuação que ficará para sempre na memória dos presentes.

Foto: Jorge Santos, mais fotos aqui 
Review e fotos em: ImagemdoSom

terça-feira, 24 de novembro de 2009

É já no próximo fim-de-semana....ISIS


 

É já no próximo fim-de-semana que um sonho de todos nós se vai realizar. A muito aguardada estreia dos ISIS em Portugal vai finalmente acontecer nos dias 28 e 29 de Novembro, em Lisboa (Incrível Almadense)  e Porto (Teatro Sá da Bandeira) respectivamente. Este evento surge do árduo trabalho da promotora portuense Amplificasom, á qual agradeçemos imenso por tudo o que tem vindo a fazer por esta cidade, juntamente com a Prime Artists, á qual também não poderíamos deixar de agradecer pelo trabalho realizado.

A primeira parte de ambos os eventos fica a cargo dos Circle e dos Keelhaul.

Preço dos bilhetes 20,00Euros.
À venda nos seguintes locais: Ticketline, Lojas Fnac, Worten, Bliss, MegaRede, Agências Abreu, Dolce Vita, El Corte Inglês, Carbono (Lisboa e Amadora) e Cave (Lisboa), Piranha (Porto), Lost Underground (Porto), Break Point (Vigo) e nos locais habituais.

domingo, 22 de novembro de 2009

Porcupine Tree e Stick Men - Teatro Sá da Bandeira - Review


Cerca de um ano após se terem estreado na cidade do Porto, os britânicos Porcupine Tree voltaram ao Teatro Sá da Bandeira para mais uma noite memorável. "The Incident" vinha na bagagem e os norte-americanos Stick Men assumiram a primeira parte do espectáculo.

Sem grandes atrasos os nova-iorquinos Stick Men subiram ao palco do Teatro Sá da Bandeira á hora prevista. Apesar de não ser a primeira vez destes americanos por terras lusas eram desconhecidos para a maioria da plateia que se ia aglomerando em frente ao palco. Durante cerca de 40 minutos, Tony Levin (baixista dos King Crimson), Pat Mastelotto e Michael Bernier souberam como entreter o público até ao grande momento da noite pelo qual se aguardava. Tony Levin explicou que se chamavam Stick Men devido aos instrumentos usados, os Champmam Sticks, e por entre virtuosismos e pormenores técnicos a banda americana foi arrancando cada vez mais aplausos do público. Merecidamente aplaudidos, conquistaram certamente novos fãs.

Por volta das 22:15 e perante uma sala muito perto da sua lotação máxima (não sei se esgotou, mas se não esteve muito perto disso) os londrinos Porcupine Tree entravam em palco. O êxtase e a expectativa pairavam no ar e uma vez mais o mítico teatro portuense criava um ambiente único. "I - Occam's Razor", faixa introdutória do último registo, deu ínicio ao concerto imediantamente seguido de "II - The Blind House". Steven Wilson agradeceu os fortes aplausos e explicou que o concerto seria dividido em duas partes, como a maioria da plateia já devia de saber. A primeira parte seria composta pelo primeiro cd do último albúm e a segunda por temas de registos anteriores. "The Incident" foi muito bem aceite pela plateia e o sr. Steven Wilson e companhia conseguiram provar como uma faixa de 55 minutos, embora divida em partes, consegue ser tocada ao vivo sem grandes paragens e sem se tornar aborrecida. O novo registo têm a capacidade de se tornar bastante intimista ao vivo levando várias vezes o mentor do projecto a sentar-se ao piano ou em frente ao microfone, munido da sua guitarra acústica, em momentos de pura comtemplação artística, sendo os videos bem trabalhados e sincronizados a paisagem perfeita. "II The Blind House", "III - Great Expectations", "V - Drawing The Line", "VI - The Incident", "IX - Time Flies" e "XIV - I Drive the Hearse" destacaram-se como os melhores temas ao vivo do novo registo. Tal como era de esperar e tratando-se de uma tour de apresentação do novo registo, que completou nessa noite 2 meses após ter sido lançado, os Porcupine Tree não tocaram apenas 3 temas desse álbum.

Mais uma vez a banda agradeceu e saiu de palco para um intervalo de 10 minutos que chegou a ter contagem decrescente no ecrã gigante. Durante este intervalo o êxtase e a expectativa voltaram a aumentar, algo que se destacou ainda mais pela contagem por parte da plateia dos 10 segundos finais, como se de uma passagem de ano se tratasse.

Os londrinos voltam a entrar em palco sob uma forte tempestade de aplausos e agora a intimidade e empatia que já se tinha notado ia ser levada ao extremo. Isto devido aos temas de registos mais antigos que iriam tocar e com os quais os presentes estavam mais familiarizados. Abordando o álbum "Deadwing", retomaram o concerto com "The Start of Something Beautiful", excelente faixa com uma produção de video ao seu nível, naquele que foi outro grande momento da noite. "Russia on Ice" foi o tema que se seguiu antes de parte do tema "Anesthetize" fazer as delícias de um público fantástico. "Lazarus", outro grande momento da noite, pôde ser ouvida pela primeira vez na cidade do Porto e "Bonnie The Cat" a faixa escolhida do último registo a figurar neste concerto. "The Mother and Child Divided" e "Normal" encerraram a segunda parte do concerto. A banda despediu-se mais uma vez de palco sob fortes aplausos.

As luzes permancem apagadas sinal de que mais ainda esta por vir e as palavras "we want more" foram acompanhadas do"pum-pum-pum" feito com os pés no soalho do velhinho teatro portuense, algo que também já vem sendo habitual em concertos neste local.

Os Porcupine Tree regressavam a palco para o encore e num regresso ao álbum "In Absentia" trouxeram "The Sound of Muzak" e "Trains", em versão prolongada (com apresentação dos músicos pelo meio e Colin Edwin e John Wesley atirarem o "frango" de borracha do Steven um ao outro, proporcionando momentos hilariantes) para encerrar uma grande noite em beleza. No final houve ainda um truque de magia do grande baterista Gavin Harrison que fez desaparecer as suas baquetas, tempestade de aplausos, agradecimentos por parte do público e dos músicos e as palavras que se esperavam vindas do Steven Wilson: "Thank you very much Porto. We´ll be back really, really soon, Thank you so much"

Os Porcupine Tree são sem dúvida os novos Pink Floyd, mas com seu toque característico e criatividade reconhecidos. Os concertos acarretam grandes produções vizuais proporcionando sempre grandes momentos á plateia. Steven Wilson, Gavin Harrison, Colin Edwin, Richard Barbieri são todos excelentes músicos sem exagerarem nas doses de virtuosísmo. Sem esquecer John Wesley que acompanha este quarteto fantástico ao vivo e que trás o seu toque pessoal à banda. Sem ele os Porcupine Tree ao vivo não seriam a mesma coisa.

Serão os Porcupine Tree capazes de dar maus concertos?

Grande noite, grande concerto, grande ambiente, grande plateia...
Até à próxima!
;)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

E também amanhã estreia dos Maninfeast ao vivo no Plano B, porque o Porto não para!



"A noite do próximo Sábado dia 21 de Novembro ficará marcada pela estreia em palco dos ManInFeast com a apresentação do seu primeiro EP intitulado "How One Becomes What One Is", um trabalho de cariz conceptual e raízes musicais progressivas e psicadélicas mescladas com outras sonoridades mais densas.

Presença já não desconhecida por estas paragens são os John Is Gone, vencedores do concurso Rock Rendez Worten do ano passado na categoria de Melhor Artista Pop e que trazem na bagagem o seu álbum de estreia: “Paper Cuts and Heartbeats”.

A entrada será de 5 Euros, e poderão encontrar os respectivos álbuns à venda durante os concertos."

Amanhã no Sá da Bandeira: Porcupine Tree!



Passado cerca de um ano após se terem estreado no mesmo local na cidade do Porto, os britânicos Porcupine Tree estão de volta, desta vez para apresentarem o novo álbum intitulado "The Incident". A primeira parte fica a cargo dos The Stick Men.

Aconselho a todos os que gostam da banda a não perderem este concerto. O do ano passado foi incrível, dos melhores concertos a que já tive oportunidade de assistir. O sr. Steven Wilson e companhia sabem mesmo como agarrar uma plateia e o Sá da Bandeira tem a fantástica capacidade de criar ambientes únicos. Por isso se estão na dúvida de ir ou ficar por casa....vão ;)

Aqui fica um possível tema ao vivo para amanhã:

Buried Inside, Tombs, Concealment & Crushing Sun - Porto-Rio - Review



Na mesma noite na qual a selecção nacional se qualificou para o Mundial 2010, poucos eram os que imaginavam a grande noite que ainda estava por vir. No deck de um pequeno barco nas margens do rio Douro, Porto-Rio é o seu nome, durante o agreste frio de uma noite de inverno, dois nomes sonantes da editora americana Relapse Records estrearam-se em Portugal e aqueceram os poucos vultos presentes.

Com a primeira parte a cargo dos Concealment e dos Crushing Sun, coube a estes últimos abrir o "porão" do barco e dar as boas-vindas aos presentes. Originários de Vila do Conde, este quarteto dá provas de ser um projecto a seguir com atenção no futuro, algo ainda mais acentudado pelo lançamento de um novo registo marcado para breve. Com o seu Death Metal, com influências de Lamb of God, principalmente na voz, fizeram bem o papel que se pede a uma banda de abertura, subiram ao palco, encararam os poucos presentes e descarregaram a sua sonoridade. Surpreenderam pelos novos temas.

Os Concealment são um dos fenómenos mais marcantes do Death Metal Técnico a nível nacional e os anos de estrada denotam cada vez mais a técnica e a qualidade deste trio ao vivo. Centrando-se maioritariamente no último registo, "Leak", os sintrenses abordaram a plateia por entre pormenores técnicos de guitarra, baixo e bateria. Sem dúvida a banda mais deslocada do cartaz, ainda assim, quem os viu certamente que gostou.

Sendo uma das mais recentes contratações da Relapse Records, os Tombs, deverão ser ainda um pouco desconhecidos para quem não acompanha regularmente as novidades dentro do Post-Metal/Sludge. Começando por apresentar temas que deverão figurar no seu próximo registo, este trio nova-iorquino estreante em Portugal, explicou bem o porquê de terem contrato discográfico firmado com uma das editoras mais influentes dentro do género em questão. Criando uma atmosfera pesada e negra, contrastante com os frágeis interlúdios e melodias, descarregaram os temas do seu único registo "Winter Hours". Destaque para o tema "Golden Eyes", momento alto da noite, que durante os seus 3 minutos de duração descreve de uma forma bastante marcante toda essência da banda. Infelizmente não foi possível ouvir os temas "Gossamer" e "The Great Silence" devido a problemas vocais do guitarrista/vocalista, algo que não impediu os Tombs de se estrearem em grande no nosso país. Se com apenas um álbum conseguem ser assim, imaginem daqui a uns anos.


Os Buried Inside foram a última banda a subir ao palco do Porto-Rio. A estrearem-se pela primeira vez em Portugal e perante uma plateia relativamente fraca, esperava-se bastante mais aderência tendo em conta o nome em questão, apresentaram o seu último registo "Spoils of Faillure". Quatro anos foi o tempo que demoraram a editarem este novo lançamento e se o resultado em estúdio é algo de extraordinário ao vivo pode-se dizer que resulta ainda melhor. Os novos temas possuíem a capacidade de prender o público de uma maneira que é sentida interiormente. Os riffs e os guturais ora em contraste com as melodias ora em sintonia com o noise e feedback fazem-nos vibrar e o headbanging é algo difícil de conter. Destaque para o tema "V" tendo sido este um dos melhores momentos de toda a actuação. Grandiosos, os Buried Inside, impuseram-se como cabeças de cartaz que são e encerraram a noite da melhor forma possível. Depois disto, os copos e a boa disposição tomaram conta do resto da noite.




Fotos: groo-7

quinta-feira, 19 de novembro de 2009