quarta-feira, 28 de outubro de 2009

KATATONIA - Night Is The New Day


Formados em 1991, os Katatonia, são uma banda sueca de doom metal, que não deve ser desconhecida pelos visitantes deste blog, muito menos por amantes do género em questão. Ao longo dos anos foram-nos brindando com grandes álbuns e tornaram-se inevitavelmente num dos maiores fenómenos deste género músical. A capacidade de imprimirem sentimentos, maioritariamente melancólicos, nos seus temas é sem dúvida extraordinária e sinal de destaque numa banda que já conta com 8 álbuns de estúdio e ainda registos ao vivo e Ep´s.

"Night Is The New Day" é o novo albúm dos Katatonia à muito aguardado e pode-se dizer que mais uma vez o quarteto sueco não desiludiu como também levou a banda para outro "patamar" e Mike Akerfeldt, vocalista dos Opeth, apelida-o de obra-prima. Mantendo o característico Doom/Melancholic Metal os Katatonia souberam injectar a dose correcta de metal progressivo para fazerem algo diferente e ainda assim soar a Katatonia. "Forsaker", primeiro tema do álbum, apresenta-nos uns Katatonia á imagem do "The Great Cold Distance" podendo esta faixa estar perfeitamente incluída no registo de 2006 pela maneira como se desenrola ao longo dos 4 minutos de duração. "The Longest Year", é o tema que se segue. Mais lento e calmo, merece especial destaque pois inicia a vertente mais progressiva deste registo e da banda. Algo que vai crescendo ao longo de todo o álbum sendo cada vez mais notória. Destaque ainda para os temas "Idle Blood" que conta com a participação especial de Mike Akerfeldt e mostra-nos o possível resultado do que seria uma união entre os Katatonia e os Opeth, "Nephilim", "New Night", "Day and then the Shade" e "Departer". Ao longo de 11 temas viajamos por um mundo mergulhado na escuridão em que a melancolia é a regra.

Como o registo é recente e conta com poucas execuções (deste lado) é díficil descrevê-lo porque é sem dúvida um álbum para se descobrir ouvindo várias vezes. Uma coisa é certa, "Night Is The New Day" é um bom sucessor de "The Great Cold Distance". Por nos apresentar os Katatonia numa vertente mais progressiva e diferente daquilo que estamos habituados, a ouvir por parte destes suecos, não vai "entrar" á primeira, mas como diria Fernando Pessoa, "Primeiro estranha-se, depois entranha-se". Mais um grande álbum a figurar no corrente ano de 2009 e é disco do mês de Novembro por aqui.

Ouçam-no e contem-nos as vossas opiniões ;)

Katatonia - "Night Is The New Day" 2009

1.Forsaker
2.The Longest Year
3.Idle Blood
4.Onward Into Battle
5.Liberation
6.The Promise of Deceit
7.Nephilim
8.New Night
9.Inheritance
10.Day and Then the Shade
11.Departer

more...

sábado, 24 de outubro de 2009

Opeth...foi assim:



Progressive Nation Tour 2009 - Palácio de Cristal, Porto - Review


A passada noite de 22 de Outubro ficou marcada pela passagem da Progressive Nation Tour 2009 por território nacional. Levada a cabo e encabeçada pelos Dream Theater conta ainda com os suecos Opeth, os norte-americanos Bigelf e os canadianos Unexpect. O destino escolhido foi o Porto e muitos foram os que não quiseram perder a oportunidade de ver na mesma noite duas das maiores bandas do metal progressivo mundial.

Passavam poucos minutos das 19:00 horas quando, e como previsto, os Unexpect subiram ao palco. Desde cedo a má acústica do Palácio de Cristal se fez sentir e os Unexpect enfrentaram problemas de som durante todo o concerto. As guitarras e o baixo foram praticamente inaudíveis ao longo da actuação destes canadianos e pormenores técnicos, característicos do avant-garde, passaram despercebidos á maioria da plateia que se ia aglomerando em frente ao palco. Assim, os Unexpect acabaram por passar de forma indiferente pela maioria do público.

Os Bigelf foram a banda que se seguiu estreando-se por território luso. Centrando-se no seu mais recente registo, Cheat The Gallows brindaram os presentes com o seu rock psicadélico "á moda antiga". Temas como Money, It's Pure Evil, The Evils Of Rock & Roll e Hydra, entre outros, e a boa disposição e interacção do vocalista Damon Fox com a plateia foram aspectos positivos na actuação dos Bigelf. Durante o concerto destes norte-americanos a má acústica do Palácio de Cristal foi reduzida e a qualidade do som foi melhorada, tornando-se mais limpa e notável, algo que acabou por ser crucial durante o resto da noite.

Os Opeth, uma das bandas mais aguardadas da noite, foram os senhores que se seguiram. Perante uma plateia ,que a atingia quase a lotação máxima, a gritar "Opeth", Mike Åkerfeldt e companhia subiram ao palco por volta das 20:30 e durante de apenas 60 minutos de actuação, demonstraram o porquê de serem considerados uma das grandes e mais influentes bandas do metal progressivo actual. Heir Apparent dá início a uma bela actuação e a empatia e o ambiente desde logo criados são fantásticos. O sr. Åkerfeldt apresentou-se, como é habitual, muito bem disposto e interactivo com o público, chegando a referir com tristeza o facto do Hard Club ser agora um restaurante e como ele próprio disse um restaurante que "serve comida merdosa" (pena ninguém o ter avisado de que um novo Hard Club está prestes a abrir e que os Opeth são sempre bem-vindos ;) ). Mike Åkerfeldt confessou ainda que sentiu saudades do Porto e como os Opeth fizeram mal em não terem tocado na cidade portuense nestes quase três anos que se passaram desde o concerto no Hard Club em 2006. O público, claro está, concordou com estas sábias palavras. Reverie/Harlequin Forest, The Lotus Eater, Windowpane, Deliverance e Hex Omega foram os temas que completaram um set curto mas intenso. Os Opeth abandonaram o palco sob uma tempestade de aplausos. Foi bom, mas soube a pouco e os fãs nacionais de Opeth continuam a pedir um concerto em nome próprio e com um set mais alargado.

Os Dream Theater eram a banda mais aguardada da noite e foram os últimos a subir ao palco para dar continuidada a uma noite, na qual o balanço já era positivo. Por volta das 22:00 horas o ínicio de A Nightmare to Remember, tema do mais recente álbum Black Clouds & Silver Linings, faz-se ouvir e ao som do primeiro riff o pano preto cai e eis James LaBrie e companhia, os mestres do metal progressivo actual, e logo de imediato a magia criada é sentida e vivida. The Mirror e Lie foram os temas que se seguiram antes de Jordan Rudess, teclista, fazer um solo de teclado que daria ínicio á Prophets of War. A qualidade técnica destes senhores é sem dúvida extraordinária e em todos os instrumentos denotam-se promenores técnicos incríveis, por isso tão depressa estamos a olhar para solos incríveis do Petrucci como a seguir já estamos a "pasmar" nas linhas de baixo de John Myung ou a tentar encontrar Mike Portnoy por detrás da gigante bateria para tentar seguir os seus movimentos. Wither, The Dance of Eternity, Sacrificed Sons, In the Name of God foram os temas que se seguiram. A banda abandonou o palco e voltaria para o encore, no qual figurou o tema The Count of Tuscany. Os Dream Theater, 4 meses depois de terem tocado em Lisboa, voltam-se a despedir de Portugal sob fortes aplausos.