sexta-feira, 24 de abril de 2009

CALLISTO



“Words will easily fail when attempting to describe the sonic worlds created by the Turku-based sextet Callisto (…)”

Tomi Pulkki - Svart Records


E para dar continuidade aos melhores lançamentos deste ano, eis um outro álbum absolutamente obrigatório e desesperadamente aguardado! Falo, obviamente de Callisto, colectivo finlandês que em 2001 inicia a sua actividade influenciado, como tantos outros de então, por nomes como Neurosis ou Breach.

Com “Noir” de 2006 a banda obteve a sua consagração colocando-se ao lado de outras bandas nórdicas tanto ou quanto semelhantes (Cult Of Luna, só para citar o mais evidente), conciliando de forma precisa doses mortíferas de peso para, logo de seguida, nos deleitar em melodias que só atmosferas de altas latitudes são capazes de inspirar. A vocalização rasgada imperava nesse tempo e tudo servia o jogo incessante de dicotomias: as guitarras etéreas delineando paisagens sónicas, explosões de luz e de fúria, passagens étnicas, o saxofone rouco passeando-se aqui e ali ou o teclado subindo e descendo escalas, fixando as notas no ouvido.
Três anos foram necessários para a ebulição desta absoluta “catarse sonora” (xD) que é experienciar o seu novo trabalho, e, como dizem por aí, o que é bom faz-se esperar (neste caso foi realmente assim). “Providence” eleva ao estatuto de culto esta banda com a entrada do novo vocalista Jani Ala-Hukkala, detentor de um registo vocal limpo magnífico que agora envolve o gutural mais pontuado, encontrando o elemento chave que lhes parecia teimar em escapar: a sua personalidade. Contudo, crédito pessoal posto de parte, esta não é uma banda de fórmulas. Aquilo que outrora foi expressão bruta e mais directa, foi agora substituída por camadas de melodia intercalares inigualáveis. O resto continua lá. Desde as tendências marcadamente progressivas, passando pelas anotações de algumas batidas mais jazz até ao velhinho mellotron dos 70’s.

Se “Noir” transpirava raiva incontida imbuída de melancolia, “ Providence” é como um vinho de casta antiga, encorpado, elegante e maduro.

“Primeiro estranha-se, depois entranha-se”, diria Pessoa.


"Providence" (2009)




1. In Session
2. Rule the Blood
3. Covenant Colours
4. Eastern Era
5. New Canaan
6. Stasis
7. Where the Spirits Tread
8. Dead Weight
9. Drying Mouths (in a Gasping Land)
10. Providence

more...


"Noir"(2006)



1. Wormwood
2. Latterday Saints
3. The Fugitive
4. Backwoods
5. A Close Encounter
6. Pathos
7. Folkslave
8. Woven Hands

more...

Sem comentários: