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“Words will easily fail when attempting to describe the sonic worlds created by the Turku-based sextet Callisto (…)”
Tomi Pulkki - Svart Records
E para dar continuidade aos melhores lançamentos deste ano, eis um outro álbum absolutamente obrigatório e desesperadamente aguardado! Falo, obviamente de Callisto, colectivo finlandês que em 2001 inicia a sua actividade influenciado, como tantos outros de então, por nomes como Neurosis ou Breach.
Com “Noir” de 2006 a banda obteve a sua consagração colocando-se ao lado de outras bandas nórdicas tanto ou quanto semelhantes (Cult Of Luna, só para citar o mais evidente), conciliando de forma precisa doses mortíferas de peso para, logo de seguida, nos deleitar em melodias que só atmosferas de altas latitudes são capazes de inspirar. A vocalização rasgada imperava nesse tempo e tudo servia o jogo incessante de dicotomias: as guitarras etéreas delineando paisagens sónicas, explosões de luz e de fúria, passagens étnicas, o saxofone rouco passeando-se aqui e ali ou o teclado subindo e descendo escalas, fixando as notas no ouvido.
Três anos foram necessários para a ebulição desta absoluta “catarse sonora” (xD) que é experienciar o seu novo trabalho, e, como dizem por aí, o que é bom faz-se esperar (neste caso foi realmente assim). “Providence” eleva ao estatuto de culto esta banda com a entrada do novo vocalista Jani Ala-Hukkala, detentor de um registo vocal limpo magnífico que agora envolve o gutural mais pontuado, encontrando o elemento chave que lhes parecia teimar em escapar: a sua personalidade. Contudo, crédito pessoal posto de parte, esta não é uma banda de fórmulas. Aquilo que outrora foi expressão bruta e mais directa, foi agora substituída por camadas de melodia intercalares inigualáveis. O resto continua lá. Desde as tendências marcadamente progressivas, passando pelas anotações de algumas batidas mais jazz até ao velhinho mellotron dos 70’s.
Se “Noir” transpirava raiva incontida imbuída de melancolia, “ Providence” é como um vinho de casta antiga, encorpado, elegante e maduro.
“Primeiro estranha-se, depois entranha-se”, diria Pessoa.
"Providence" (2009)
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1. In Session
2. Rule the Blood
3. Covenant Colours
4. Eastern Era
5. New Canaan
6. Stasis
7. Where the Spirits Tread
8. Dead Weight
9. Drying Mouths (in a Gasping Land)
10. Providence
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1. Wormwood
2. Latterday Saints
3. The Fugitive
4. Backwoods
5. A Close Encounter
6. Pathos
7. Folkslave
8. Woven Hands
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