"Wyllt" é o álbum de estreia deste colectivo californiano, sediado em Los Angeles, formado por Sera Timms, Ian Barry, Bryan Tulao e Sasha Popovic, e figura já entre as grandes revelações do ano corrente.
Black Math Horseman é uma banda que transpira o passado por todos os poros e o que mais não faltam são bandas actuais a tentarem recriar sonoridades antigas. É até curioso que o termo “retro” emerja quase ao mesmo tempo que o termo “post” indicando sentidos completamente opostos de entender a música no geral. No entanto, o que algumas delas não conseguem assimilar é que o conceito de evolução não pode nunca amputar relações com o passado. Os BMH sabem-no bem e isso percebe-se imediatamente numa primeira audição. Imaginem uns Led Zeppelin cruzados com uns Black Sabbath, e toda uma panóplia de outras bandas psicadélicas dos 70´s, e compreenderão o porquê desta banda ser um autêntico compêndio das últimas 3 décadas do rock, ao mesmo tempo que se envolve nos mais recentes termos de acção/experimentação musical prescritos por uns Neurosis.
O seu som oscila entre a intensidade depressiva das distorções e uma ataraxia “nebuloso-ambiental” que, no conjunto, funcionam como fragmentos flutuantes que vão sendo colhidos e amplificados em magnitude. A atmosfera cavernosa mas, igualmente, misteriosa e contemplativa, é o elemento de transversalidade comum a todos os temas conferindo-lhes a coesão necessária à sua lógica sequencial, permitindo que a voz de Sera Timms ecoe com uma entoação monástica e quase sepulcral sobre tudo.
A produção a cargo de Scott Reeder demonstra que este ainda mantém bem vivo o espírito das “sessões do deserto” e possui o engenho, a experiência e a arte necessários para compelir o som a um estatuto de abrasividade suja e monolítica passível de conviver com elementos mais etéreos.
“Black Math Horseman have sharp filters. They've funneled the best parts of rock's giants into a richly idiosyncratic entity. (…) For all the references this record evokes, it feels elusive. The band seems like it's working from deep within its influences. Songs are layered yet minimal. No jam sections here - every note is in its place. The result is a studied diligence that's appealingly austere, yet frustratingly restrained.
Black Math Horseman access the dark mojo of Black Sabbath(…). Classic rock was scary once; Black Math Horseman could make it scary again.”
In Pitchfork by Cosmo Lee, April 24-2009
"Wyllt"(2009)
1 Tyrant
2 Deerslayer
3 A Barren Cause
4 Origin of Savagery
5 Torment of the Metals
6 Bird of All Faiths and None / Bell From Madrone
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2 comentários:
Não bateu, mas vou dar mais umas oportunidades...
Tens de ouvir é AHKMED - Distance. Isso é que é um álbum que tenho colado ultimamente e de certeza que vais gostar =)
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