sábado, 24 de outubro de 2009

Progressive Nation Tour 2009 - Palácio de Cristal, Porto - Review


A passada noite de 22 de Outubro ficou marcada pela passagem da Progressive Nation Tour 2009 por território nacional. Levada a cabo e encabeçada pelos Dream Theater conta ainda com os suecos Opeth, os norte-americanos Bigelf e os canadianos Unexpect. O destino escolhido foi o Porto e muitos foram os que não quiseram perder a oportunidade de ver na mesma noite duas das maiores bandas do metal progressivo mundial.

Passavam poucos minutos das 19:00 horas quando, e como previsto, os Unexpect subiram ao palco. Desde cedo a má acústica do Palácio de Cristal se fez sentir e os Unexpect enfrentaram problemas de som durante todo o concerto. As guitarras e o baixo foram praticamente inaudíveis ao longo da actuação destes canadianos e pormenores técnicos, característicos do avant-garde, passaram despercebidos á maioria da plateia que se ia aglomerando em frente ao palco. Assim, os Unexpect acabaram por passar de forma indiferente pela maioria do público.

Os Bigelf foram a banda que se seguiu estreando-se por território luso. Centrando-se no seu mais recente registo, Cheat The Gallows brindaram os presentes com o seu rock psicadélico "á moda antiga". Temas como Money, It's Pure Evil, The Evils Of Rock & Roll e Hydra, entre outros, e a boa disposição e interacção do vocalista Damon Fox com a plateia foram aspectos positivos na actuação dos Bigelf. Durante o concerto destes norte-americanos a má acústica do Palácio de Cristal foi reduzida e a qualidade do som foi melhorada, tornando-se mais limpa e notável, algo que acabou por ser crucial durante o resto da noite.

Os Opeth, uma das bandas mais aguardadas da noite, foram os senhores que se seguiram. Perante uma plateia ,que a atingia quase a lotação máxima, a gritar "Opeth", Mike Åkerfeldt e companhia subiram ao palco por volta das 20:30 e durante de apenas 60 minutos de actuação, demonstraram o porquê de serem considerados uma das grandes e mais influentes bandas do metal progressivo actual. Heir Apparent dá início a uma bela actuação e a empatia e o ambiente desde logo criados são fantásticos. O sr. Åkerfeldt apresentou-se, como é habitual, muito bem disposto e interactivo com o público, chegando a referir com tristeza o facto do Hard Club ser agora um restaurante e como ele próprio disse um restaurante que "serve comida merdosa" (pena ninguém o ter avisado de que um novo Hard Club está prestes a abrir e que os Opeth são sempre bem-vindos ;) ). Mike Åkerfeldt confessou ainda que sentiu saudades do Porto e como os Opeth fizeram mal em não terem tocado na cidade portuense nestes quase três anos que se passaram desde o concerto no Hard Club em 2006. O público, claro está, concordou com estas sábias palavras. Reverie/Harlequin Forest, The Lotus Eater, Windowpane, Deliverance e Hex Omega foram os temas que completaram um set curto mas intenso. Os Opeth abandonaram o palco sob uma tempestade de aplausos. Foi bom, mas soube a pouco e os fãs nacionais de Opeth continuam a pedir um concerto em nome próprio e com um set mais alargado.

Os Dream Theater eram a banda mais aguardada da noite e foram os últimos a subir ao palco para dar continuidada a uma noite, na qual o balanço já era positivo. Por volta das 22:00 horas o ínicio de A Nightmare to Remember, tema do mais recente álbum Black Clouds & Silver Linings, faz-se ouvir e ao som do primeiro riff o pano preto cai e eis James LaBrie e companhia, os mestres do metal progressivo actual, e logo de imediato a magia criada é sentida e vivida. The Mirror e Lie foram os temas que se seguiram antes de Jordan Rudess, teclista, fazer um solo de teclado que daria ínicio á Prophets of War. A qualidade técnica destes senhores é sem dúvida extraordinária e em todos os instrumentos denotam-se promenores técnicos incríveis, por isso tão depressa estamos a olhar para solos incríveis do Petrucci como a seguir já estamos a "pasmar" nas linhas de baixo de John Myung ou a tentar encontrar Mike Portnoy por detrás da gigante bateria para tentar seguir os seus movimentos. Wither, The Dance of Eternity, Sacrificed Sons, In the Name of God foram os temas que se seguiram. A banda abandonou o palco e voltaria para o encore, no qual figurou o tema The Count of Tuscany. Os Dream Theater, 4 meses depois de terem tocado em Lisboa, voltam-se a despedir de Portugal sob fortes aplausos.

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