Esta até pode ser uma banda que somente agora começa a angariar o seu merecido reconhecimento pela parte de um público que os descobriu no seu segundo álbum mas a verdade é que, quanto a mim, estes ingleses já me deleitam os ouvidos e colocam sorrisos nos lábios desde o seu magnífico (eu arriscaria a dizer perfeito) registo de estreia.
Em 2006, com “The Dark Third”, os PRR afirmaram-se como a esperança mais brilhante do rock progressivo moderno pela sua transversalidade e reunião musical conseguida num longa duração em formato duplo, coeso e insaturante. Muito devido não só à sua leitura de bons exemplos (na qual Pink Floyd e Yes são claramente A inspiração) mas também à forma como redesenham o estilo introduzindo a força do grunge em algumas explosões sonoras, não se limitando a “copiar por cima”, conseguiram criar algo tão perigosamente belo que se arriscaria a ser insuperável não fosse o seu discernimento conceptual sobre a essência do termo progressivo. E se a nível instrumental se verifica essa maturidade e, sobretudo, elegância melódica e compositiva, a linhas de voz não se quedam menos extasiantes e, pelo contrário, são a força motriz de qualquer tema, o eco de melodia que nos fica no ouvido mesmo após termos carregado no stop, contribuindo para tal o excelente jogo vocal entre Jon Courtney e Chloe Alper.
Este ano, com “Amor Vincit Omnia”, os PRR regressam às edições com um trabalho bem diferente do seu antecessor. Após o abandono da banda pela parte de alguns membros, o colectivo seguiu uma aproximação mais electrónica, libertando-se das composições épicas anteriores e entregando-se a melodias mais simples mas nem por isso menos viciantes. Apesar de mais dançáveis os temas continuam rock q.b. com riffs simplesmente cathchy e o cuidado com as linhas vocais mantêm-se inalterado.
Poderá inclusivamente em alguns momentos soar até mais pop este novo registo, não agradar a fãs ou críticos que esperariam outro seguimento após um álbum de estreia arrebatador… eu continuarei a gostar de bandas que me surpreendam e esta é seguramente uma delas.
Um dos discos cimeiros no top dos melhores deste ano por estes lados.
"Amor Vincit Omnia"(2009)
01 Les Malheurs
02 Victorious Cupid
03 i) Keep Me Sane/Insane
04 ii) Apogee iii) Requiem For The Lovers
05 Deus Ex Machina
06 Bloodless
07 Disconnect
08 The Gloaming
09 AVO
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